Estamos iniciando a semana santa e quero deixar o meu abraço a todos que esperam e anseiam pela Vida Nova que o Cristo nos traz com sua Páscoa.
Pelo título já podemos antever que o poder humano e o poder divino diferem em muitas coisas. Césares passam, seu trono pode mudar e ficar mais refinado. Até retornar à simplicidade, mas continuará sendo o Trono daquele que governa, que dita ordens, que toma decisões. Jesus, ao contrário, preparava uma janta para sua despedida?! Como nasceu, Jesus morreu : Pobre e Silenciosamente. Ao escolher uma manjedoura apontou para o dever de deixar que o burrinho/ jumento e o boi vissem o Salvador. Ele não mudou o que sobre Ele estava escrito nas escrituras desde o tempo de salomão: ” – E tu, Belém, não é a menor das cidades…”
O Salvador esperado, o Messias prometido, a Pedra Angular se pôs a caminho muito antes de se pensar que existiríamos. Então, pobre foi sua vida. Quero dizer, aguardado como aquele que libertaria o povo judeu. Porque eles queria um grande Rei, que fosse forte e dominador!
O povo, como sempre, carece de um pouco mais de reflexão ao pedir um líder; e, quando este aparece, carece de ser um apoio ou um parceiro pra consolidação dum projeto de vida e melhoria para todos. Vocês querem o Enviado de Deus que virá montado num jumento? Então, Sou eu! E o povão a exclamar: Hosana, o filho de Davi! Que recordação bonita! O Rei Davi. Mas, a autoridade de Jesus extrapola a nossa limitada compreensão de autoridade, governo e realeza.
A liberdade está no interior de cada ser humano. Ninguém pode governar o coração de outra pessoa. Podemos exaltar com a boca dizendo Jesus é o nosso Rei e, ao final da semana dizer: crucifica Jesus, liberta Barrabás.
O coração humano continua volúvel. Mas, voltando ao burrinho e à entrada triunfal de Jesus em Jerusalém.
Vamos a Ele com os Ramos de Oliveira, com alegria e muita paz!
A oliveira alimentava e ainda hoje é aquela árvore que nos dá o óleo reconfortante para fortalecer-nos. Apanhar ramos de oliveira e alçá-lo ao alto acenando para Jesus requer um desprendimento e uma vontade de mudança.
Falta a perspicácia pessoal de ver as consequências de muito alarde e pouca ‘sustança’ ( substância )!
O que me ergue, ou, qual a minha convicção profunda?
Que será que Jesus pensava ao passar pela pessoas e ser saudado como Rei?
Montado num burrinho!
Todos dizem que é a humildade de Jesus. E a multidão ainda hoje não segue a humildade do Cristo. Alguns entendidos diziam que é o sinal para o povo Judeu reconhecer o seu Senhor que viria. E ainda hoje não o reconhecem. Profeta, Rei, Pastor… Crucificado seria e foi. Expatriado, Mal visto, Difamado, Traído. Assim pensamos daquele que subiu a Jerusalém para a ‘Festa da Passagem’.
Como será a nossa Passagem no mundo da matéria?
Lembremos de tantos outros ensinamentos de Jesus que relembramos esta semana.
” Amai-vos uns aos outros. Façais aos outros o que quereríeis que vos fizessem a vós”.
O Amor é a lição da Páscoa. O serviço, a doação, a misericórdia, a paz.
Sigo Jesus simples, Filho de Maria e de José. Ele não é super-star nem aparece na TV para suscitar minha compaixão e arrependimento. Ele está ao meu lado. Pega o avental e a bacia, amarra o pano na cintura e lava os meus pés. E depois manda que eu faça o mesmo:
“Se eu, vosso meste e Senhor, vos lavei os pés. Lavai os pés uns dos outros. Eis a lição que vos dei”.
Que nas dores da crucifixão de Jesus nasça uma nova humanidade concebida para ser amor-caridade no universo!
A paz!
Helder Camara
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